Rastreamento oportunístico do câncer de próstata

SBU recomenda que homens acima de 45 anos procurem o médico para orientação sobre riscos e benefícios do procedimento

O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais frequente do homem e é importante causa de morbidade e mortalidade em todo o mundo e o Brasil é um dos países com maior incidência deste tumor maligno.

Nas últimas décadas tem havido aumento de sua incidência, mas sua mortalidade tem diminuído graças à detecção precoce da doença, quando ela ainda pode ser curada.

 

 


“O rastreamento oportunístico permite a detecção precoce da doença. Ele é realizado através da realização do toque retal e da dosagem no sangue do PSA”


Entre 1994 e 2006 houve uma diminuição anual de cerca de 4% na sua taxa de mortalidade e em torno de 40% nos últimos 15 anos.

Numa fase inicial, o câncer de próstata é totalmente assintomático, isto é, o paciente não sente nada e, quando começam os sintomas, em quase 90% dos casos o tumor já saiu da próstata e passou para outros locais (metástases).

O rastreamento oportunístico permite a detecção precoce da doença. Ele é realizado através da realização do toque retal e da dosagem no sangue do PSA – antígeno prostático específico – e, caso um ou outro esteja alterado, o paciente é encaminhado para a realização da biópsia guiada pela ultrassonografia. Esses exames são apontados como os principais responsáveis por essas mudanças, embora haja muita discussão sobre programas de rastreamento no mundo.

Quando não havia o exame do PSA, até a década de 80, a grande maioria dos tumores malignos da próstata era tratada com a castração (retirada dos testículos).

Por outro lado, o risco de se ter um câncer de próstata na vida é em torno de 16,5% e o risco de morte é de apenas de 3%. Essa diferença entre a incidência e a mortalidade diminuída pode ser explicada devido ao crescimento lento da maioria dos tumores. Grande parte desses cânceres de crescimento lento não necessita de tratamento ao longo da vida, devido ao seu comportamento relativamente benigno. Mas é importante ressaltar que somente através dos exames de detecção precoce como o toque retal, PSA, ressonância magnética e biópsia guiada pela ultrassonografia é que se sabe se o câncer da próstata tem um comportamento pouco agressivo ou não.

Algumas Sociedades médicas contraindicam o rastreamento da população, mas em alguns destes países se tem notado um aumento de tumores mais avançados no diagnóstico, sendo que novos estudos são necessários para uma determinação definitiva sobre o rastreamento dos tumores de próstata.

A Sociedade Brasileira de Urologia mantém sua recomendação de que o paciente do sexo masculino, particularmente com idade superior a 45 anos, procure regularmente (anualmente) o médico, a fim de que juntos discutam e decidam sobre o rastreamento oportunístico, avaliando seus benefícios, riscos e limitações, para o diagnóstico precoce do câncer de próstata.

Carlos Corradi – Belo Horizonte, MG

Veja a nota oficial da SBU sobre o rastreamento do câncer de próstata 2016. 

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