Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que a maioria dos homens brasileiros (51%) não vai ao médico regularmente. O câncer de próstata ocupa a 15ª posição em mortes por câncer, em homens, representando cerca de 6% do total de mortes por câncer no mundo, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Seus sintomas só aparecem quando o câncer está em estágio avançado e as chances de cura são menores.
“A melhor prevenção é o diagnóstico precoce, que pode ser feito através da dosagem periódica de um exame de sangue (o antígeno prostático específico – PSA) e do exame de toque retal, que é um exame indolor, rápido e instantâneo realizado pelo urologista durante a consulta urológica”, diz o urologista Gustavo Franco Carvalhal, professor de pós-graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da PUC-RS.
A SBU preconiza a ida a um urologista para avaliação da próstata a partir dos 50 anos. Caso algum parente de primeiro grau (pai, irmão, tio) tenha tido a doença, a consulta deve ocorrer a partir dos 45 anos, visto que a chance de ter a doença é maior nesse grupo.
“Nas fases iniciais, o câncer de próstata se apresenta silencioso, não causando nenhum sintoma específico. Com seu crescimento, podem surgir sintomas urinários obstrutivos, como diminuição do jato urinário, gotejamento após a micção, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, micção em dois tempos, retenção urinária; e/ou irritativos, como aumento da frequência urinária, urgência, incontinência, aumento da frequência urinária noturna”, explica o urologista Lucas Nogueira, coordenador do grupo de Uro-oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG.
Tratamento
Nos últimos anos, surgiram novas formas de se tratar o câncer de próstata. Ao avaliar o estágio da doença (localizado, localmente avançado ou avançado), a idade e as condições clínicas do paciente, é possível traçar um tratamento mais adequado. “Naqueles com doença inicial, localizada na próstata, incluem-se como opções a vigilância ativa (apenas acompanhar a evolução do quadro), a cirurgia (prostatectomia radical, ou seja, a retirada da próstata) e a radioterapia (externa ou braquiterapia). Nos casos de doença localmente avançada, cirurgia e a radioterapia são as opções objetivando a cura do paciente”, afirma Nogueira.
E, mesmo nos casos de doença avançada, existe tratamento que tem intenção paliativa. Pode-se optar por terapia de ablação hormonal e quimioterapia, associadas ou não a procedimentos cirúrgicos, para aliviar o fluxo urinário e medicações para proteção óssea. Esses tratamentos mais o adequado acompanhamento médico aumentam substancialmente a sobrevida do paciente ao lado dos seus familiares e amigos.
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